Conhece-me melhor...

S. Miguel, Açores, Portugal
Casada, mamã de 3 princesas, cristã, simpática, transparente, meiga, amiga, comunicativa, criativa, amante de música, poetis'amadora, crystalina... mais?...pergunta à minha bola de crystal...hehe

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007






Acho que estou numa onda de inspiração. Não sei bem. Só sei que a Tese de Fim de Curso da minha irmã sobre os Açores me dá voltas à cabeça e é um trabalho que eu gostava de fazer. Tenho a certeza que, se fosse possível fazermos juntas durante um mês ficava de arrasar...


Eu, realmente, às vezes, tenho umas ideias, mas... concretiza-las? É lá com ela. Não sou capaz. Escrevi umas tolices mas acho que elas fazem o leitor sentir mesmo que está fazer uma visita virtual aos Açores de 5-10 minutos... gostava que, quem lesse, desse a sua opinião sobre o que sentiu verdadeiramente...ou até se não sentiu nada...tudo bem.



Então aqui vai:



Açores, uma flor que começa a desabrochar para o Universo.
Açores, os pássaros? Ou Açores, as Ilhas mágicas que se deitam neste Atlântico cheio de personalidad? Não importa, porque Açores é, de certeza, uma expressão fenomenal de Natureza paisagística e humana.
O basalto, que nasceu negro, chora em todos os recantos e suas lágrimas atravessam estradas, descem fajãs e,muito tranquilamente demoradas chegam, nem sempre, ao mar.
Os vestidos verdes, matizados, em relevos quase sempre suaves, deixam seus tesouros ao alcance da curiosidade, despertando a sensação de viajar por uma densa floresta sem perigos pois é doce e meiga mas tímida, embora acolhedora, como o próprio povo que a possuiu.
“Hydrangea macrophylla”, ou Hortênsia, a flor invasora e fronteiriça entre os campos verdejantes malhados de preto e branco, abre-se em novelões azuis e rosas esbranquiçados, alguns mesmo tão brancos que se unem às neblinas baixas e densas daquelas tapeçarias mais elevadas. E quando se olha lá para baixo, onde há mar, e azul e negro, e o branco da espuma que envolve os recortes negros das escarpas, é como se fôssemos as cerejas em cima de um bolo de chocolate bordado de chantily e deitado num prato de porcelana azul.
Mas as sombras frescas e húmidas num dia de calor contrastam com os invernais banhos quentes da cascata aquecida nas entranhas dessas montanhas, fazendo de cada dia uma viagem inesquecivelmente relaxante e profunda, a que as oscilações climáticas conferem um certo ambiente de magia.
As lagoas pestanejam com as nuvens que as encobrem e, quando vem a desilusão por perde-las de vista, surpreendentemente se revelam por instantes preciosos, de sonho.
Os olhos do povo que abraça estas ilhas são verdes e azuis e negros, e são campos e flores, e são mar e praias negras, e rochas. Os seus sonhos são tímidos e acomodados, conformados com um paraíso que o recebeu, que o esperou, amou.
Projecta-se na tão famosa aldeia global revelando seus segredos com medo, expande-se por obrigação, ciente de que cada imagem que dali parte em viagem pelo mundo é, indubitavelmente, um pedaço arrancado à alma insular e solitária, é mais um filho que se vê partir, como em tantas outras vezes.
Mas, contudo, a consolação de saber que algures, em todo o mundo, está esse filho, esses tantos filhos, que levaram estes Açores e os plantaram, e os regaram, deram-nos a conhecer, fizeram-nos brilhar; é o retorno, a retribuição merecida, a honra tributada a nove mães que pariram com dor mas que os vêm, um dia, regressar para a rocha negra e quente e molhada que os espera eternamente.



My 1st Pic Trail