Flores...

Flores...
Vejo flores na minha madrugada fresca,
chilreios principescos e campestres,
um acordar musical e delicioso...
Flores...
Toco aromas e perfumes e cores,
manto, estendal de sensações aveludadas...
parecem olhar-me apelativas
tentando-me ser, por ilusão uma delas...
Flores...
sinto-me assim sem asas mas pétalas,
sem pernas mas um caule que se ergue
e baila ao vento, bebe a chuva, sorri ao sol...
Flores...
Azul que não sei ser de céu,
amarelo que suponho ser sol,
verde que se funde com a montanha,
Flores...
A tua cor de amores...
Aquele escarlate intenso e quente
como se em meu coração a nascente
fosse a tua coloração...
Flores...
de folhas dadas em coro, sorrindo,
vão entre as brisas se abrindo
e sobram miscelâneas de aromas suaves...
Sobem como balões, voam com as aves,
nas nuvens deitadas,
até de madrugada
quando regressam à terra lavrada...
Flores...
Nesse abraço eu rebolo qual criança
alimentando a fantasia da esperança
e sou, por contágio, um ramo de pétalas
da cor do arco-íris,
e sou sua sósia,
Flor de liz?
Apenas Sónia...
Porque não sei realmente ser flor,
porque acordei!
E no meu inteior
plantei
esse jardim em flor!
Flores?
Sim!
Os amigo que ganhei!
Para esses uma flor serei!

Soninha